quinta-feira, 25 de abril de 2013

Coisas que me fazem espécie #1

Erros de português fazem-me espécie em geral (e também eu os dou, e agradeço a quem prontamente mos corrija). Muito havia a dizer sobre isto, mas desta vez o meu foco vai para a maneira como a língua leva uns ajeites em músicas, para rimar, ou para caber melhor na métrica, ou sei lá porquê.


Se isto não estivesse no meio de uma canção lamechas do Paulo Gonzo, seria piada nacional:

"[la la la la] numa palavra diria: sei-te de cor"
Ahn??!!
Podem comprovar aqui.


Já ouvi muitas outras pérolas mas, graças à minha memória de peixinho de aquário, não consigo pô-las aqui.



A mais recente, que me mexeu mesmo com os nervos, foi até uma bela canção do Manuel Fúria, "Canção para Casar Contigo". Não é que o senhor lhe deu para deixar palavras a meio? E eu fico ali, de ouvido apurado, já quase encostada às colunas do carro, à espera da última sílaba e, nada! E eu "espera, não podes estar a ouvir bem, ouve lá com mais atenção" e... nada! Mas... Mas... 

Espera que vai ser agora, ele está a repetir, é agora que lá vem a palavrinha completa, inteira, realizada, feliz, a ser cantada e... nada! A pobre coitada foi amputada sem dó nem piedade. Mas e a última sílaba da palavra, senhores?! Para onde foi, onde a esconderam? Ainda descrente, fui ao youtube ouvir melhor em casa e, ou é de mim, ou... nada outra vez!
O senhor canta alegremente "a igreja estava toda iluminada / oh noiva por favor chega atrasa-a-a-a-aaaaa-aa-a-aa-a-aa-aaa-aa" mas e o "da"?! Cadê o "da"?
A-tra-sa-DA. DA DA DA DA.
AtrasaDA!
Aqui fica: (só para chatear mais um bocadinho, não consigo colocar aqui o vídeo, como queria, pelo que vai ter de ser de link) http://www.youtube.com/watch?v=ZT-D4XuRDBk

terça-feira, 23 de abril de 2013

Sonhos!

Hoje o Sr. Carlos foi ter comigo ao meu local de trabalho para me entrevistar para um projecto de voluntariado empresarial.
E de uma pequena conversa eu fiquei com tanta esperança e tantos sonhos!
E quando o Carlos me pergunta sobre o que fiz em termos profissionais eu lá desbobino desapaixonadamente os sítios por onde andei e no fim colmato com a minha nova meta: trabalhar com pessoas, que já não suporto mais números, e tentar um mestrado assim e assado.
E ele "ah que engraçado, eu tenho uma licenciatura nessa área, e estou a adorar este projecto, conhecer tanta gente boa, e as formações engraçadas, e ainda na última aconteceu isto e aquilo, e foi tão giro" e o meu coraçaozinho a bater mais depressa, e a mente a babar, "é isto que eu quero para mim"!
Estou ansiosa por que este projecto ganhe vida e arranque, e dê mais cor aos meus dias e, se tudo correr bem do lado de cá, já me imaginei a mandar um mail ao Carlos a dizer que se a coisa crescer e houver mais trabalho e precisarem de mais um par de braços e muita dedicação, eu ía amar colaborar com eles do lado de lá!
Uma pessoa pode sempre sonhar! E de vez em quando os sonhos até se tornam realidade!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Síndrome de Domingo à Noite

Um nervoso no estômago. Um aperto no peito. Uma angústia na alma.
Faço de tudo para atrasar o momento de ir para a cama, como se isso adiasse o momento de ir trabalhar na segunda de manhã.
Odeio o que faço. Estou farta, fartinha da desorganização, de apagar fogos, de trazer trabalho para casa, de trabalhar até mais tarde, de ver folhas de excel e números à frente o dia todo, todos os dias.

Quando me convidaram há cerca de um ano atrás para mudar de funções na empresa onde trabalho não sabia bem o que me esperava. Infelizmente foi apenas um enorme acréscimo de volume de trabalho, de horas trabalhadas, de responsabilidade e ZERO de acréscimo no vencimento. Zerinho. Nicles batatóides.
Ah e tal, com tanta gente desempregada devias era estar contente de ter emprego. Pois é, mas não estou.
E infelizmente até conheço bastante gente que no último ano ficou sem emprego. E estou farta da crise, e ainda mais farta da desculpa que a crise traz a tantas empresas que obviamente não estão "em crise", e ainda mais como as empresas usam a "crise" para se aproveitarem das pessoas, para as explorar, para as pressionar, para fazê-las fazer tudo e mais alguma coisa perante a hipótese do despedimento e, por vezes, ainda assim, depois de as sugarem até ao tutano, despedi-las na mesma. Apetece-me cuspir na cara dos engravatadinhos de contas bancárias recheadas que estão por detrás destas decisões.

Eu sei que há realmente bastantes empresas que lutam com o que têm e o que não têm para se manterem à tona da crise. Essas não são para aqui chamadas, não é dessas que falo.

Também sei que se calhar há pessoas que dariam tudo para estar no meu lugar. Pessoas que se calhar rezam por serem exploradas num trabalho mal pago, porque não têm outra opção e precisam desesperadamente de uma fonte, ainda que parca, de rendimentos. Sinto-me revoltada por cada vez mais existirem essas pessoas, mas, ainda assim, estou absolutamente farta do meu trabalho!

Agora vou continuar a empatar e arranjar mil desculpas para não ir para a cama, para tentar sentir que o fim de semana ainda não acabou, e que eu não estou prestes a voltar ao trabalho que odeio durante mais uma semana.